O pai da menina de 11 anos que morreu com sinais de violência sexual na cidade de Serrana, interior de São Paulo, acusa o padrasto dela pela autoria do crime. Douglas Junior Nogueira, de 32 anos, padrasto da vítima, foi preso no sábado e teve sua prisão mantida pela Justiça no domingo. Inicialmente, a morte de Ana Alice Santos França era investigada como suspeita de suicídio, mas, após a identificação de indícios de violência sexual, a investigação foi alterada para estupro de vulnerável.

Durante o enterro da filha, o pai, Flávio Antunes de França, expressou sua dor e revolta. "Que a justiça seja feita para eu tirar isso do meu coração. Enquanto não for preso, eu vou ficar com esse ódio na minha vida. Eu quero tirar esse rancor da minha vida. Esse cara é um monstro. Minha filha é um anjinho", declarou Flávio, pedindo para que Douglas permaneça detido para evitar que cometa novos crimes. Ele questionou a crueldade do ato e defendeu que a hipótese de suicídio nunca poderia ser considerada, citando as qualidades e o comportamento interativo da menina.

O caso chegou à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) em Ribeirão Preto após o Hospital das Clínicas (HC-UE) informar a ocorrência, inicialmente como "enforcamento sem conhecimento de causa". A mãe da menina relatou à polícia que deixou os três filhos com o companheiro enquanto estava no trabalho. O padrasto afirmou ter dormido e, ao acordar, encontrou Ana Alice desacordada perto da janela com uma touca de pelúcia enroscada ao queixo. No entanto, médicos do hospital comunicaram à polícia a suspeita de abuso sexual, encontrando material semelhante a sêmen e lesões na região íntima da criança, além de hematomas no pescoço incompatíveis com enforcamento, conforme detalhou o delegado Marcelo Melo de Lima Garcia. A criança morreu na noite de quinta-feira.