A proposta de privatização da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) lançou o governador Romeu Zema (Novo) no centro de uma intensa tempestade política. Em meio a um cenário de crescente oposição, o governo mineiro tem sido acusado de evitar o debate público, transformando a privatização em um terreno fértil para a articulação de adversários. As promessas de Zema, que buscam tranquilizar a população sobre a manutenção de tarifas justas e a não-precarização dos serviços, parecem não ser suficientes para acalmar os ânimos de críticos e setores contrários à medida.
Apesar dos esforços do governador em usar as redes sociais para explicar os pontos-chave da proposta, a percepção de que o governo está "fugindo" do debate fortalece a narrativa da oposição. A privatização da Copasa, que é crucial para a adesão de Minas Gerais ao regime de recuperação fiscal dos estados com a União, tornou-se um palanque robusto para grupos políticos que veem na controversa medida uma oportunidade de desgaste para a administração atual. A comparação com a Sabesp, em São Paulo, e a promessa de que a Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário de Minas Gerais (Arsae) manterá o poder de veto sobre aumentos de tarifas, não conseguiu dissipar as preocupações generalizadas.
Este embate em torno da Copasa evidencia uma fase de pressão crescente sobre o governo Zema. A privatização, vista por muitos como uma medida impopular e arriscada, está se consolidando como um ponto fraco na gestão, expondo o governador a críticas de que suas ações visam interesses financeiros em detrimento do bem-estar social. A maneira como Zema e sua equipe lidarão com essa onda de descontentamento e oposição será determinante para a estabilidade política do governo nos próximos meses.
