O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, um dos cotados da direita para a disputa presidencial de 2026, tem se colocado em uma posição de destaque ao manifestar apoio à anistia do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado por tentativa de golpe de Estado. Zema, do Novo, foi direto ao declarar em junho que concederia a anistia, questionando a situação com um paralelo histórico: “Não foram concedidos indultos a assassinos e sequestradores aqui, durante o que eles chamam de ditadura? Agora você não vai conceder?”. Embora o governador busque capitalizar o apoio do eleitorado bolsonarista com essa promessa, a postura tem gerado intensas críticas e acusações nas redes sociais.

Zema está sendo alvo de acusações de que sua promessa de anistia seria apenas uma manobra para garantir a transferência de votos dos bolsonaristas para uma eventual candidatura. Paralelamente, outros críticos o acusam de estar criando uma divisão desnecessária na direita ao articular uma pré-candidatura que consideram sem chances reais de vitória. Esse cenário ocorre enquanto outros nomes, como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e Ratinho Jr. (PSD-PR), também estão sendo testados como potenciais sucessores de Bolsonaro. Tarcísio, por exemplo, é o favorito e já afirmou que a anistia seria seu primeiro ato, enquanto Caiado prometeu o indulto "amplo, geral e irrestrito" para "pacificar o Brasil".

Apesar das promessas de Zema e dos demais, que visam o apoio de Bolsonaro — que, segundo seu filho, só apoiará um candidato que garanta o indulto —, a estratégia do governador mineiro tem levantado questionamentos sobre a união e a força da direita para 2026. Ratinho Jr., governador do Paraná, tem evitado prometer anistia abertamente, mas criticou a prisão dos envolvidos nos atos golpistas como "insensibilidade" do STF, sinalizando a busca pela pacificação, um termo-chave do bolsonarismo. A pressão pela anistia, no entanto, é real, com o próprio ex-presidente pedindo que o projeto seja pautado no Congresso, intensificando a disputa pelo apoio de seu eleitorado.