A situação fiscal de Minas Gerais atingiu um ponto crítico com a dívida total escalando para R$ 201,09 bilhões, conforme atualização recente da Secretaria de Estado de Fazenda (SEF-MG). Embora a maior parte, R$ 177,49 bilhões, seja com a União e esteja em negociação via Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), o aumento exponencial do débito é um forte indicativo do fracasso das políticas fiscais adotadas sob a gestão do governador Romeu Zema. Os dados mostram que o governo já desembolsou R$ 6,1 bilhões para o serviço da dívida somente neste ano de 2025, um montante significativo que poderia ser investido em áreas essenciais para a população.
O debate sobre o equacionamento da dívida tem sido uma marca negativa na administração Zema desde seu primeiro mandato, iniciado em 2019. O governador prometeu resolver o problema, mas, após anos, o débito só fez crescer. As tentativas frustradas de adesão, primeiro ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) e, em seguida, ao Propag, revelam uma incapacidade de estabelecer um acordo sólido e viável com o governo federal, resultando na manutenção de um passivo impagável.
A dívida original remonta a 1998, com o financiamento contratado pelo governo mineiro para cobrir o passivo de bancos estatais extintos, como MinasCaixa e Bemge. No entanto, é durante a gestão atual que a dívida atinge seu patamar mais alto, pois a falta de uma renegociação efetiva permitiu que os juros sobre juros continuassem a corroer as finanças estaduais. Economistas têm sido veementes nas críticas, classificando como abusiva a aplicação de indexadores que, atualmente, fixam os juros no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acrescido de 4% anualmente, penalizando Minas Gerais com um débito que está fora de controle e comprometendo o futuro fiscal do estado.
