O motociclista Nayn José Sales foi condenado a 9 anos e 4 meses de prisão em regime fechado pelo atropelamento da triatleta Luisa Baptista. A decisão, por tentativa de homicídio com dolo eventual, foi proferida na noite de quarta-feira, em São Carlos, após um julgamento que durou mais de 10 horas. O réu, que será levado para uma penitenciária da região, teve a prisão decretada com início imediato. Sua defesa já informou que irá recorrer da decisão.
O atropelamento aconteceu em dezembro de 2023, enquanto Luisa treinava ciclismo para as Olimpíadas de 2024. O acidente ocorreu quando o motociclista invadiu a contramão na Estrada Municipal Abel Terrugi, em Santa Eudóxia. A atleta, que ficou em coma por dois meses e passou 167 dias internada, ainda se recupera e não acredita que conseguirá voltar a competir em alto rendimento. Durante o julgamento, ela ressaltou a importância do processo para buscar justiça e a necessidade de leis mais rígidas para crimes de trânsito.
O Tribunal do Júri considerou que o réu assumiu o risco de matar ao pilotar de forma imprudente. A acusação destacou que Nayn trafegava na contramão, havia dormido apenas quatro horas na noite anterior e não possuía CNH. A defesa, por sua vez, tentou argumentar que se tratou de uma fatalidade de trânsito e que a conduta do réu se enquadraria em lesão corporal culposa, sem a intenção de causar o acidente. O caso ganhou repercussão nacional, gerando debate sobre a responsabilidade de condutores que colocam vidas em risco, e a condenação foi vista por familiares e apoiadores como um importante exemplo.