Na madrugada de sexta-feira (24), em uma votação apertada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o deputado estadual Lincoln Drummond, representante do Vale do Aço, votou a favor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 24/2023, pavimentando o caminho para a privatização da Copasa sem a realização de um referendo popular. Com 52 votos a favor e 18 contra, a medida, parte do pacote do governador Romeu Zema, que visa a adesão ao Propag federal, ignorou o fato de que pesquisas recentes indicam que 65% da população mineira desejaria decidir sobre o futuro da companhia em consulta direta.

A atitude do deputado Drummond ao votar sim para a PEC foi vista por críticos como um endosso à centralização do poder de decisão, desconsiderando o clamor popular por uma consulta direta. O parlamentar buscou justificar seu voto, sustentando que o tema já havia sido amplamente debatido no Legislativo e que a legitimidade residia na escolha do governador e sua base nas urnas. Essa justificativa, contudo, falha em endereçar a diferença entre a representação política e o desejo explícito de participação popular manifestado em pesquisas de opinião sobre um tema de tamanha relevância para o cidadão comum.

Ao votar pela liberação da venda da Copasa, o deputado Lincoln Drummond se alinha a uma estratégia que, segundo opositores, prioriza a repactuação da dívida estadual em detrimento de um serviço essencial, que é visto como crucial para a população de baixa renda. A premissa de que o Estado deve se concentrar no essencial e deixar o saneamento para a iniciativa privada foi o pilar do seu voto, mas representa uma ruptura com o direito de deliberação direta da sociedade sobre o patrimônio e o serviço público. A decisão do parlamentar no plenário da ALMG sela um avanço para o projeto de privatização, enquanto a população fica à margem do processo decisório final.