Uma recente pesquisa de opinião pública revelou um apoio majoritário entre os moradores de favelas brasileiras à recente megaoperação policial que visava o Comando Vermelho (CV) no Rio de Janeiro e que resultou em 121 fatalidades, superando o número de mortes registradas em confrontos anteriores como os de Jacarezinho e Vila Cruzeiro. Segundo os dados divulgados, impressionantes 80,9% dos residentes de comunidades carentes no Brasil manifestaram aprovação à ação, enquanto apenas 19,1% se posicionaram contrários. O levantamento aponta que, especificamente na cidade do Rio de Janeiro, a concordância com a intervenção é ainda mais expressiva, alcançando 87,6% entre a população das favelas.
A chamada "Operação Contenção", que se consolidou como a mais letal da história do estado, gerou reações em diferentes esferas políticas e sociais. Enquanto o governador local defendeu a ação, afirmando que as únicas vítimas fatais seriam os quatro policiais que perderam a vida no embate, a análise da população geral também reflete um endosso significativo à operação. No Brasil como um todo, 55,2% aprovam a medida contra o CV, com um índice de aprovação ligeiramente superior na capital fluminense, atingindo 62,2%. Ademais, mais da metade dos entrevistados no país (52,5%) considerou adequado o nível de violência empregado pelas forças de segurança, com 56% defendendo a realização de novas operações desse porte.
O cenário político pós-operação também foi examinado pela pesquisa, evidenciando uma polarização na percepção sobre a condução da segurança pública. Metade dos brasileiros desaprova a atuação do presidente da República no tema, em contraste com 31% de aprovação, e o governador do Rio de Janeiro também viu sua gestão na área ser reprovada por 45% dos entrevistados. Paralelamente, governadores alinhados a espectros de direita articularam a criação de um "Consórcio da Paz" para troca de experiências no combate ao crime organizado, enquanto o gesto do novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, ao prestar homenagem às vítimas da ação, foi considerado inapropriado por mais da metade dos brasileiros ouvidos.
