Um estudo recente reacendeu um antigo debate sobre a frequência ideal para se tomar banho. Contrariando o hábito cultural do banho diário, dermatologistas e pesquisadores indicam que espaçar a higiene corporal pode ser mais benéfico para a saúde da pele. Segundo especialistas, para a maioria das pessoas saudáveis, realizar a limpeza a cada dois ou três dias é suficiente para manter o equilíbrio da epiderme.

Pesquisadores apontam que o banho diário não é uma exigência médica, mas sim um costume profundamente enraizado em muitas culturas. O contato constante e excessivo com água quente e sabões fortes remove os óleos naturais protetores da pele e pode prejudicar o microbioma cutâneo – uma comunidade de microrganismos essenciais para a defesa contra infecções. A pele necessita de um certo nível de oleosidade para sua proteção, e a remoção frequente dessa barreira natural pode alterar seu ecossistema, levando a ressecamento e irritações.

Os especialistas reforçam que a maneira como o banho é realizado é crucial, talvez mais importante que a frequência. Banhos muito longos, com água excessivamente quente e o uso de sabonetes agressivos são considerados os principais responsáveis pelo ressecamento e coceira. Por outro lado, quem prefere manter a rotina diária pode optar por banhos rápidos, com água morna e produtos suaves, minimizando os impactos negativos.

A frequência ideal de banho é influenciada por fatores individuais como idade, tipo de pele e estilo de vida. Pessoas que praticam exercícios regularmente ou vivem em climas quentes naturalmente precisam de uma limpeza mais frequente. Já indivíduos com pele sensível ou idosos, cuja pele tende a ser mais seca, podem se beneficiar ao espaçar os banhos, evitando rachaduras e irritações comuns a essas faixas etárias. No entanto, há um consenso: mesmo quem opta por banhos menos frequentes deve garantir a higiene diária de áreas que acumulam mais suor e bactérias, como axilas, virilha, pés e rosto. A ciência demonstra que a necessidade de higiene corporal é mais flexível do que se pensava, e o ponto de equilíbrio ideal depende de conhecer as necessidades do próprio corpo.