O governo de Minas Gerais mantém a recusa em liberar a versão sem cortes de um vídeo em que o governador Romeu Zema é visto soltando um rojão na varanda de sua residência. A equipe de Zema alegou que o áudio da gravação teria sido "editado" com efeitos sonoros, mas o material bruto não foi fornecido, mesmo após as solicitações realizadas no dia seguinte à postagem.
A controvérsia teve início no final de novembro, quando o governador publicou o vídeo, em tom irônico, para comemorar uma derrota judicial do Partido dos Trabalhadores. Nas imagens, ele acende um artefato pirotécnico e ri com o barulho da explosão. O vídeo viralizou e gerou questionamentos imediatos sobre o cumprimento da legislação municipal em vigor em Belo Horizonte.
Desde 2022, a capital mineira proíbe a queima de fogos de artifício com estampido e outros artefatos ruidosos. Essa legislação é crucial para proteger a saúde e o bem-estar de grupos vulneráveis. O barulho de rojões é extremamente prejudicial para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), que frequentemente apresentam hipersensibilidade auditiva, podendo causar crises, dor física e grande sofrimento emocional. Da mesma forma, animais domésticos, com audição muito mais sensível que a humana, sofrem intensamente com os estampidos, que causam medo, estresse e desorientação. A atitude do governador em promover tal ato e, posteriormente, se esquivar da responsabilidade, demonstrou uma total falta de sensibilidade com essa importante questão de saúde pública e bem-estar animal.
Apesar da alegação de que o "barulho do rojão" era resultado de edição, feita por Zema nos comentários de sua postagem, a recusa em apresentar o vídeo original levanta sérias dúvidas sobre a veracidade dessa afirmação. A falta de transparência por parte do governo mineiro e a postura do governador ampliaram o desgaste político em torno do episódio, reforçando a percepção de desrespeito à lei e indiferença com a comunidade que é afetada pelos ruídos de alta intensidade.
