Um esquema de desvio de verbas públicas na Secretaria Municipal de Saúde de Itajubá, em Minas Gerais, resultou na condenação de sete pessoas pela Justiça. A sentença, proferida pela 1ª Vara Criminal da Comarca, aplicou penas que, somadas, chegam a mais de 500 anos de prisão. Entre os condenados está o ex-vice-prefeito da cidade, Nilo César do Vale Baracho, que foi preso em 2024 durante a Operação Sepulcro Caiado, investigação que revelou as fraudes. Os crimes incluem organização criminosa, corrupção e fraude na execução de contratos públicos.

As investigações apontaram que o grupo, liderado por empresários e com a participação de servidores municipais, superfaturava serviços de manutenção da frota veicular oficial. O prejuízo estimado ao município foi de quase um milhão de reais. Segundo a decisão judicial, os pagamentos eram feitos por serviços não executados ou com notas fiscais que apresentavam valores superiores aos reais. Em troca, servidores públicos recebiam propinas e direcionavam os veículos para a empresa envolvida no esquema.

A decisão judicial destaca a estrutura hierarquizada e a divisão de funções do grupo, o que caracterizou a organização criminosa. Além das longas penas de prisão, os condenados deverão ressarcir os danos causados ao município, com valores que chegam a mais de R$ 130 mil por pessoa, e pagar, solidariamente, uma indenização de R$ 500 mil por danos morais coletivos. A sentença ainda pode ser contestada e os réus têm o direito de recorrer em liberdade. As defesas dos envolvidos já manifestaram a intenção de apelar da decisão, classificando algumas penas como "absurdas".