O corpo de Christina Maciel Oliveira, mulher trans de 45 anos, foi sepultado na tarde desta terça-feira em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte, após ela falecer em decorrência de agressões físicas severas sofridas nas mãos de seu companheiro. O velório e o enterro foram marcados por homenagens de amigos e familiares que se reuniram para o último adeus à ativista. O suspeito do crime, Matheus Henrique Santos Rodrigues, de 24 anos, foi preso em flagrante, alegando à polícia não aceitar o término do relacionamento. Imagens de câmeras de segurança registraram o momento da violência ocorrida em uma rua na região de Venda Nova, em Belo Horizonte, onde testemunhas relataram que a discussão entre o casal culminou em socos e, após a queda da vítima no chão, chutes na cabeça.

Christina Maciel Oliveira era uma figura de grande importância na comunidade, sendo reconhecida por seu trabalho como mobilizadora social e agente de educação popular em saúde. Sua dedicação se concentrava em projetos voltados ao acolhimento e cuidado de pessoas trans e travestis, tornando-a uma referência de força e inspiração para muitos. Amigos relatam que, apesar de uma vida marcada por adversidades, como ter sido expulsa de casa na adolescência e ter vivido anos em cárcere privado, ela transformou sua experiência em uma missão de vida, focada no cuidado mútuo.

A generosidade e o compartilhamento de saberes eram marcas registradas de Christina, que era descrita como uma pessoa adorável, cozinheira habilidosa e muito presente nas vidas de quem a cercava. Relatos de pessoas que conviveram com ela destacam seu papel fundamental em oferecer apoio, seja um teto, comida ou o encorajamento necessário para sair de situações difíceis, como a situação de rua. Sua memória será mantida viva pelo legado de luta e acolhimento que deixou entre seus pares.