Uma declaração dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em uma coletiva de imprensa na Indonésia na sexta-feira (24) gerou reações e críticas contundentes da oposição. O presidente afirmou, ao comentar a atuação dos Estados Unidos no combate ao tráfico de drogas na Venezuela, que "traficantes são vítimas de usuários também". Essa colocação surge enquanto ele discutia a relação entre quem vende e quem consome, defendendo que o combate às drogas precisa ser feito com cautela e dentro dos preceitos legais.
A fala do chefe do Executivo provocou uma imediata repercussão negativa no cenário político. O líder da bancada do PL na Câmara, deputado Sostenes Cavalcanti, classificou a declaração como "inacreditável", argumentando que a declaração poderia ser interpretada como uma defesa do crime. O parlamentar ressaltou que, no entendimento dele, o governo estaria se distanciando das preocupações da sociedade, que enfrenta diariamente problemas com violência e outras dificuldades.
Em sua justificativa aos jornalistas, o presidente desenvolveu a ideia, ponderando que o foco no combate deveria ser mais equilibrado. Ele argumentou que "toda vez que a gente fala de combater as drogas, possivelmente seria mais fácil combater os nossos viciados internamente, os usuários. Os usuários são responsáveis pelos traficantes, que são vítimas dos usuários também". Essa visão sugere uma abordagem mais complexa para o problema do tráfico, que considera o papel do usuário na manutenção do ciclo da droga.
