O presidente do Paraguai, Santiago Peña, formalizou a designação do Comando Vermelho e do Primeiro Comando da Capital como "organizações terroristas internacionais" por meio de um decreto publicado nesta sexta-feira. A medida ocorre após uma recente e intensa operação policial no Rio de Janeiro, que resultou em um número significativo de fatalidades ligadas ao Comando Vermelho, segundo dados oficiais. A assinatura do governante, datada do dia anterior, estabelece formalmente que as duas facções criminosas transnacionais se enquadram na classificação devido às suas características operacionais, conexões financeiras e a abrangência de suas atividades ilícitas, que se assemelham às de grupos com traços terroristas.

A decisão foi fundamentada em um monitoramento contínuo conduzido pelo Conselho de Defesa Nacional do Paraguai, órgão chefiado pelo próprio presidente e composto por ministros-chave das áreas de Interior, Defesa e Relações Exteriores. O decreto ressalta que há provas concretas de que ambas as organizações criminosas possuem presença operacional dentro do território paraguaio, o que implica que o alcance de suas ações criminosas se estende ao país vizinho.

Esta não é a primeira vez que o governo paraguaio utiliza essa classificação severa. No mês de agosto, o Cartel de los Soles, grupo associado por fontes internacionais ao governo da Venezuela, também foi enquadrado como "organização terrorista internacional". Historicamente, o Paraguai já havia classificado, em anos anteriores, outras entidades como o Hezbollah, Hamas, Al Qaeda e Estado Islâmico sob a mesma denominação, demonstrando uma postura firme contra grupos criminosos e terroristas que representam ameaça à soberania e segurança nacional.