Uma ampla operação foi deflagrada contra fraudes fiscais no setor de combustíveis, tendo como principal alvo o Grupo Refit, que opera a Refinaria de Manguinhos, localizada no Rio de Janeiro. A ação não se restringiu à capital fluminense, com o cumprimento de 190 mandados de busca e apreensão em diversos estados, incluindo Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Maranhão e Distrito Federal.
O Ministério Público de São Paulo indica que o Grupo Refit é liderado pelo empresário Ricardo Magro e é apontado como o maior devedor de ICMS do estado de São Paulo, além de ser um dos maiores devedores da União. As investigações sugerem que o esquema teria causado um prejuízo que ultrapassa R$ 26 bilhões aos cofres estaduais e federais. Mais de 600 agentes do Ministério Público Federal e da Receita Federal estão envolvidos na execução desta megaoperação. A empresa é classificada pelas autoridades como uma devedora contumaz de impostos, acumulando dívidas em toda a cadeia de produção e distribuição de combustíveis.
Além das ações penais, medidas no âmbito cível foram tomadas com o objetivo de assegurar a recuperação dos valores que teriam sido desviados. Por meio do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos de São Paulo, a Justiça determinou o bloqueio imediato de R$ 8,9 bilhões em bens e valores pertencentes a todos os integrantes do grupo investigado. O Grupo Refit já estava sob escrutínio, tendo a refinaria sido interditada meses antes pela Agência Nacional do Petróleo, sob suspeita de não estar realizando o refino de fato, mas sim importando gasolina pronta e a declarando como nafta para pagar menos tributos. A refinaria chegou a retomar as operações um mês depois, após atender a maior parte das exigências da ANP.
