A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Correios) enfrenta uma severa e contínua crise econômico-financeira que se arrasta por doze trimestres consecutivos de prejuízos, aprofundando-se na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O déficit acumulado atingiu a marca de R$ 4,36 bilhões somente no primeiro semestre de 2025. Em uma tentativa de estancar o rombo bilionário, a estatal anunciou recentemente a busca por um empréstimo de R$ 20 bilhões. Esse cenário de perdas sucessivas culminou no ano passado no primeiro prejuízo bilionário da empresa desde 2016, com um resultado negativo de R$ 2,6 bilhões em 2024.
Entre os principais fatores que contribuíram para a deterioração das contas da empresa estão os gastos com pessoal, que receberam diversos reajustes salariais e benefícios nos últimos anos, impactando significativamente a folha de pagamento. Além disso, a companhia assumiu um compromisso de R$ 2,4 bilhões com o Plano de Benefício Definido (PBD) de aposentadoria e pensão. Outro ponto crucial é a mudança nas regras de importação com o programa "Remessa Conforme", que permitiu a empresas de transporte privadas distribuírem encomendas internacionais, antes exclusivas dos Correios. Essa alteração provocou uma frustração de receita de R$ 2,2 bilhões para a estatal, afetando dramaticamente o fluxo de caixa, que viu sua disponibilidade cair 92% entre 2023 e 2024, levando a empresa a recorrer a empréstimos para cobrir despesas e gerar atrasos no pagamento de credores.
Diante do quadro crítico, os Correios têm implementado medidas contenciosas divididas em três eixos: corte de despesas operacionais e administrativas, diversificação de receitas e recuperação da liquidez. Entre as ações já adotadas e planejadas estão a revisão da estrutura e redução de cargos comissionados, incentivo à redução da jornada de trabalho, um novo Plano de Demissão Voluntária (PDV), venda de imóveis ociosos e a renegociação de contratos. Paralelamente, em meio à busca por soluções internas e financeiras, o tema da privatização da empresa ressurge nos debates como uma alternativa de longo prazo, embora especialistas ponderem sobre o desafio de manter a universalização dos serviços postais, que obriga a estatal a operar unidades deficitárias em todo o território nacional.